sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Capitulo Final

Algum tempo depois estavamos de volta ao sofá, paula se levantou minutos depois e foi até a cozinha em busca de cervejas e alguns petiscos.
Acendi um cigarro e fiquei ali contemplando a fumaça subir lenta. olhei o céu através da janela e sorri brevemente, o dia estava especialmente bonito apezar do frio que fazia.
Toda a minha ansiedade se foi de repente, dando lugar agora a um sentimento diferente, um sentimento estranho, não ruim, apenas diferente, totalmente novo para mim. Era como se eu me sentisse totalmente vaizia e ao mesmo tempo transbordando.
Tudo a minha volta parecia mais lento que o normal, quase em camera lenta e meus sentidos pareciam mais aguçados.
Senti uma brisa leve entrar pela janela e tocar a minha pele, fechei os olhos por um instante, era como se eu experimentasse aquela sensação pela primeira vez na vida.
Permaneci de olhos fechados eu podia ouvir o tiquetaquear do relógio da cozinha segundo após segundo mais espaçados que o normal.
Ouvi de repente alguem bater a porta, estranhei não terem interfonado.
_A ju deve ter esquecido a chave da porta.
Pensei me levantando em seguida, o ar no entanto voltou a ficar pesado, a lentidão a minha volta porem permanecia.
Caminhei até a porta, senti que levara mais tempo que o normal para chegar ate ela e coloquei ambas as mãos na maçaneta, hexitei por um instante cerrando os olhos e respirando fundo, algo me dizia que eu não deveria abrir.
Olhei para trás e vi a paula colocar em cima da mesinha de centro duas cervejas e um prato com algo que não pude identificar, sorri brevemente para ela e voltei a encarar a porta abrindo-a em seguida.
Vi os olhos da Hanna me encarando, vermelhos e cheios de raiva, em suas mãos segurava algo apontado para mim, algo que de imediato pude identificar.

_Agora acabou.
Ouvi ela dizer, em seguida então ouvi um grande barulho ecoar dentro da minha cabeça.
De inicio eu não entendia o que havia acontecido, num instante eu encarava os olhos da Hanna e no outro eu via apenas o teto branco da sala diante dos meus olhos ao mesmo tempo sentia uma dor incrível raspar meu peito, em seguida outro barulho alto, um zumbido se repetia insistente em meus ouvidos, minha boca estava seca e eu me sentia cada vez mais fraca e ansiosa.
Vi então os olhos da paula diante dos meus, eu estava tonta e confusa.

_Eu... eu te amo tanto!
Falei, eu nunca havia dito que eu a amava mas agora senti que precisava dizer, como se aquela fosse minha ultima chance.

_Eu tambem amo você Eloise.
Respondeu ela com lagrimas nos olhos e esta foi a ultima coisa que eu a ouvi dizer antes que tudo ficasse em total silêncio e a escuridão me engolisse enfim.

                         

Capitulo 90

A manhã seguiu-se calma, havia uma certa paz no ar, e meu coração estava leve.
Apesar dos acontecimentos da noite anterior eu estava me sentindo bem como não me sentia a muito tempo, muito.
A Ju e a Hanna haviam saído antes  mesmo que a paula e eu acordassemos, melhor assim, eu não estaria tão em paz se tivesse que dividir a mesa do café com elas, claro que não.
Após tomarmos o café da manhã, nos jogamos no sofa da sala e ficamos ali por horas. Ela me contava mais detalhes sobre sua vida e eu a observava encantada enquanto ela falava descontraída.
Tudo estava bem, o clima continuava leve e agradevel, mas de repente, algo começou a me incomodar. Não sei dizer porque mas aquela paz que antes me invadia, agora dava lugar a uma angústia indescritível, sentia que algo estava fora do lugar. O ar aos poucos se tornava pesado, e eu me sentia desconfortavel, como se algo estivesse prestes a acontecer eu só não sabia o que.
Eu ja não conseguia mais prestar atenção no que a Paula dizia, olhava em volta ansiosa, inquieta.
De repente ela parou de falar, se aproximou e beijou meu pescoço delicadamente, isso acalmou um pouco meus pensamentos.
Senti meu corpo inteiro se arrepiar enquanto ela seguia deslizando os labios pelo meu pescoço.
Sutilmente ela tirou minha camiseta e a jogou no chão, minutos depois eu já estava metida entre as suas magníficas coxas, ambas deitadas no chão da sala.
O sexo, porém, foi estranho. Não ruim, apenas estranho.
Minha cabeça parecia fora do lugar, desconectada dos meus movimentos, o que não costumava acontecer, não com a Paula. As nossas vezes eram sempre intensas mas desta vez algo estava me tirado o foco, não sei; Sentia como se uma parte secundária da minha mente se ocupasse com incessantes ruídos ao fundo, indistinguíveis em si, enquanto os meus olhos a encaravam e admiravam. Ela movia-se, maravilhosa. Sobre mim as grossas coxas entrepassadas nas minhas; o desdobrar do seu ventre e deslizar sinuoso da cintura, as suas curvas, e o meu inconsciente lá, inquieto.
Algo em mim não se desligava.
Desci a boca pelo seu corpo, mordia-a; segurava-a colada contra mim. Eu me esforçava bastante para manter o foco nela, para não decepciona-la. Ainda assim, parte de mim não se desconectava do que quer que fosse que me perturbava.

Capitulo 89

No dia seguinte, acordei como se de um sonho. Como se imaginara tudo aquilo. Completamente alheia à Hanna e ao meu sentimento bêbado ressurgido por ela, na madrugada anterior
As lembranças pareciam distantes, retidas em algum lugar obscuro da minha memória.
Levantei e sentei na beira da cama, com dor de cabeça e resquícios de ressaca. Isto tudo conteceu mesmo? , olhei para a frente, intrigada pelos eventos surreais da noite anterior e pelas consequências da minha embriaguez fora de controle.
Precisava parar de beber  eu bem sabia e este era, no entanto, o tipo de promessa pela qual eu jamais moveria um musculo para cumprir, Independentemente do quanto frequentemente eu a fizesse.
Respirei fundo. Olhei para o lado e vi a Paula, aconchegada sob o lençol, dormindo. As pessoas parecem inofensivas quando dormem, refleti. Observei-a por algum tempo. Gostava da tranquilidade contida naquele breve espaço de tempo, logo pela manhã, em que ninguém acordara ainda e tudo continuava parado. Sempre tive mania de contemplação. Absorvia o mundo com os olhos, os meus momentos de maior calma eram estes.
Acariciei a Paula por toda a extensão do braço, escorregando as costas da minha mão lentamente até o seu rosto, e voltei a me deitar ao seu lado. Ela acordou sorriu pra mim. O sorriso dela tinha esse poder estranho de acalmar tudo dentro de mim, bastava um sorriso dela para de repente ficar tudo bem.

_Bom dia.
Disse ela me tirando dos meus pensamentos.

_Bom dia linda!
Respondi sorrindo de volta para ela, e então fomos tomar um banho rapidamente. Ok, talvez não tão “rapidamente”, mas juntas.
O engraçado é que tomar banho com outra pessoa nunca me agradou muito, sei lá, por algum motivo estranho eu achava que era intimidade demais. é besteira eu sei, mas de alguma forma parecia logico de uma maneira que só fazia sentido dentro da minha cabeça. Todavia, porem, por algum motivo, nada do que vinha da Paula me assustava, simplesmente não me incomodava, tudo com ela era bom.
Nós nos olhávamos, em nossas eternas reticências e riamos em silêncio. Eu nutria um carinho descomplicado por ela, não sei. Nos gostávamos e isto, de repente, me bastava.

Capitulp 88

Entrei no meu quarto, as luzes estavam apagadas e a Paula já deitada, acomodada na cama.  Sentia meu coração acelerado,
Uma batida atrás da outra, Atropelando-se, fortes.
merda. Isto não é certo, cara. Que inferno!
A contragosto, as lágrimas doloridas continuavam engasgadas em minha garganta. Uma raiva imensurável e a frustração tomavam conta de mim.
O que diabos foi aquilo?
Alguns sentimentos são piores quando se está bêbada neste nível. E eu sentia o meu coração doer, contorcer-se e se rasgar  repentinamente sufocado-se indignado e contrariado pela invasão recorrente da Hanna aos meus pensamentos. Mas que merda! Por que... por que você não me deixa em paz?!
Sentia uma raiva como nunca antes dela, da sua atitude. Por quê, caralho?!
Eu me deixava torturar pelas possibilidades.
De repente em meio ao breu, a Paula me chamou, como se confirmasse que era mesmo eu quem estava ali, parada há minutos de pé em frente à porta.
Meio abruptamente, sentei na beira da cama e acendi um cigarro para acalmar os pensamentos  obcecados pela Hanna e pelo que eu nunca deixara de sentir por ela. Presa para sempre neste rolo de merda.
Me contive no mesmo instante, não posso mais me prender a isto, não mesmo pois ela não merecia mais nada de mim, mais nada!
Ela sabia bem... tudo o que eu lhe dei, e nunca se importou, tudo o que eu cedi de mim do meu foco, da porra da minha vida, da minha lealdade, das minhas traições, das minhas amizades, do meu coração, da minha frustração. Da minha dor.
Ja chega desta merda, ela não tera mais nada de mim.
traguei lentamente e as mãos da Paula passearam suaves pelas minhas costas.
Permaneci imovel por alguns minutos.
Dei a ultima tragada no cigarro e joguei-o pela janela aberta.
Não... ela não vai roubar minha sanidade, não mais.
Me deitei ao lado da Paula e a abracei pela cintura.
_Você sim merece merece tudo de mim.
Pensei observando os lindos olhos da Paula e a beijei brevemente me aconchegando a ela em seguida.

Capitulo 87

Acabada a rodada de jogos, a Paula retirou-se para se deitar no quarto e eu a imaginei imprestavelmente tirando toda a roupa, dominada pelas minhas piores intenções enquanto esvaziava o cinzeiro no lixo da pia da cozinha e o colocava sob a água corrente. 
A Hanna entrou na cozinha, me acordando da minha divagação, e deixou alguns copos com restos de caipirinha ao meu lado na pia. A ju veio poucos instantes depois, tocou com carinho nos ombros dela, e avisou que ia tomar um banho, ela concordou e a ju saiu.
Já ela, ficou.
E junto com ela, aquele silêncio constrangedor, entre nós. Nada, nada bom. Terminei de lavar o cinzeiro e lavei também os copos deixados por ela e enxuguei tudo. Olhei então de relance por cima do meu ombro e ela estava ali, apoiada contra a mesa, a alguns metros de mim. Quieta de cabeça baixa, constrangida. Sequei rapidamente as mãos, largando o pano de qualquer jeito sobre a pia e me virei, encarando-a numa atitude agressiva pela qual ela não esperava. Ela ergueu os olhos, com alguma verdade engasgada na garganta, contida no olhar, eu podia vê-la, mas longos segundos se passaram sem que nada acontecesse. Nada. Típico. Dei de ombros, sem paciência para aquela ceninha, e caí fora sem voltar mais a minha atenção à sua direção. Quando eu já estava na metade do corredor, no entanto, ela me puxou pelo braço, por trás, e me obrigou a virar encarando-a.

_O que foi agora?
Perguntei sem paciência.

_Não quero que você fique com ela.
a Hanna me pediu, do nada.

_O quê?
Falei como se não tivesse entendido direito, e não consegui não rir.

_Eu não... não quero que você fique com ela.

_ Você não quer que eu fique com a Paula?! É isto??
levantei a voz sem perceber, indignada com o descaramento daquele pedido, de repente .

_Fala baixo, por favor...

_Não, agora você me explica, sério... Por que?! Me diz, Por que diabos eu não ficaria com ela?!  na boa, Hanna...  Por que não, hein?? O que me impede?!?

Ela não me respondeu, claro . Me olhava, contrariada e com os olhos prestes a proferir lágrimas petulantes, retraídas a muito custo. Mas o silêncio a denunciava. Não tinha argumentos, nenhum que justificasse tal pedido sem fundamento. Eu estava de saco cheio daquilo, daqueles jogos dela, daquela imaturidade preciso dar o fora daqui, agora.
Pensei respirando fundo e me virei, determinada a ir para o quarto me acalmar nos braços da paula.
No entanto, num breve e previsível momento de descontrole, possivelmente movido ao álcool  que já me afetavam o bom julgamento, dei dois passos de volta, tomada por um rancor incontrolável. Frustrada, senti o sentimento crescer em mim e a encarei como se não tivesse nada a temer ou a esconder.

_Quem você pensa que é para menpedir isso agora?
Não foi você? Hein, porra?! Que nunca deu a minima pro que eu sentia? Que sempre me tratou como um brinquedo, me usando quando bem entendia?
retruquei do nada, num tom agressivo. 

_Não faz isto...
ela murmurou, magoada.

_O que você quer de mim, Hana?! Me fala, na boa, porra... o que você quer?!
Perguntei sentindo todas as emoções voltarem em mim à flor da pele

_Eu só... – hesitou, de repente constrangida.

Eu a olhava fixo, com um pesar horrível, a sua falta de coragem, as explicações que sempre me escondeu, me doíam. Revoltei-me mais ainda.

_O que você quer que eu faça? Hein, porra?!?
Me segurei para não gritar com ela, em meio ao corredor vazio.
_O quê?! Você quer eu fique te esperando?!? É isto?? E até quando? Pra sempre?? Presa a você, e a merda que nós tivemos e que sequer significou alguma coisa na porra da sua vida! É isto que você quer, caralho?! Que eu fique sozinha?!? Que eu fique sem você e sem ninguém, rasgando meu coração por você, te assistindo lá com ela?! Hein?!? É isto que você quer??
senti as lágrimas de raiva me subirem pela garganta, realmente bêbada e inconsequente.

_Não! Claro que não! Só... não... não fica com ela. Por favor. Não com ela!
Ela falava pausadamente.

Passei as mãos no rosto, engolindo seco todos os meus sentimentos, dos mais revoltantes e impensáveis. Nervosa e indignada, com esta merda de pedido.

_Olha, eu... eu sei que... que eu não tenho... que eu não tenho nenhum... nenhum direito de...

_É. Você não tem, mesmo.
Eu a interrompi.
_Olha hanna...isso acabou, Ok?!
Nós não temos mais nada para conversar.
Finalizei, então dei as costas

_Você está enganada, isso só acaba quando eu disser que acabou, ouviu?!
Disse ela com raiva, ainda parada no meio do corredor. Eu a ignorei e segui em direção ao quarto.
Eu não ia ouvir mais uma palavra daquilo.

Capitulo 86

Assisti o desconforto da Hanna crescer diante dos meus olhos, em silêncio, por toda hora seguinte,  a ju sequer notava distraida disputando com a Paula uma partida de um jogo qualquer de corrida, já eu não conseguia evitar que meus olhos vez ou outra se prendessem nos da Hanna que se encontrava sentada ao meu lado direito, mas não como anteriormente, não por admiração oculta.
Uma dose atrás da outra, de caipirinha e whisky e ela perdia, aos poucos a noção de limite, nada parecia importar, sem ânimo ou vontade alguma de estar ali,  odiando me ver acompanhada da Paula.
Sua agonia me incomodava, me irritava, de modo particular.
Me esforcei ao maximo para ignora-la.
Agora era eu quem disputava uma partida de FIFA com a Ju, a paula estava ao meu lado esquerdo, agora ela voltava toda sua atenção para mim, beijando meu rosto diversas vezes enquanto me provocava sussurrando no ouvido. Eu ria, sabendo o que me aguardava no quarto aquela noite. Eu tentava nao tirar o foco do jogo ja meio aérea  me embebedando numa velocidade fenomenal junto à Paula e a Ju. Os olhos da Hanna sempre davam um jeito de encontrar os meus. E eu a encarava de volta, sem saber o que lhe “responder”. O que justificar.
_dane-se!
Pensei. Não era da sua conta, afinal o que eu fazia ou deixava de fazer e com quem. Olhei para o outro lado, tentando não me permitir irritar pela petulância do seu desconforto. Eu não ia mais permitir que ela me   afetasse, eu me recusava. A Paula por sua vez insistia em me desconcentrar desejando-me “boa sorte” aos sussurros delicados no meu ouvido. A aquela altura, eu estava prestes a perder a partida mas eu não ia entregar os pontos, a Ju e eu eramos rivais antigas naquilo, eu precisava virar o jogo.
Contudo, a Paula beijava a lateral do meu pescoço e subia, tornando a minha tarefa ali realmente difícil. Eu sentia o calor me subir por dentro das calças e ela conseguia tirar o meu foco por alguns segundos. Eu não ia tolerar aquilo.

_Olha, eu já saquei a de vocês duas, viu... você tá trabalhando para aquela panaca ali só pra me fazer perder, não é?
Falei e ri.

_O quê?!
A Paula começou a rir, me dando um tapa no braço e a Hanna revirou os olhos.

_Claro que não! Que absurdo isto!

_É, é. Isto mesmo... bom trabalho, comparsa.
A Ju achou graça e disse, rindo junto conosco.

_ Podem parar com a acusação. Não tô nada!

_Nem vem eu já saquei qual é a sua, garota.
Falei ainda rindo.

_Todo mundo já sacou...
Disse a Hanna, murmurando com ironia num descuido e levantando as sobrancelhas.

Virei em sua direção e a encarei, como se não aprovasse o comentário infantil dela.
A ju também a olhou logo ao seu lado e fez um gesto sutil com a mão como se apontasse o óbvio desrespeito e falta de educação dela.
_Porra, amor!
Disse ela antes de voltar a encarar a tela.

A Paula, porém, estava chapada demais para se importar, ela deu de ombros me abraçou, cheia das más intenções, me dando um beijo alguns segundos mais demorados na bochecha. Eu sorri, feliz por tê-la comigo naquele dia. Voltei os olhos ao jogo e foquei mais uma vez. Ah, eu vou ganhar esta porra.
E ganhei, mesmo.

Capitulo 85

Na manhã seguinte, deixei a Paula ainda deitada na cama, adormecida, e atravessei o quarto à procura de uma camiseta, peguei a primeira que encontrei e vesti com certa preguiça e fui então para o corredor, fechando a porta cuidadosamente atrás de mim e me dirigi  à cozinha em busca de um copo d’água. Assim que entrei vi a Hanna sentada na mesa com o prato já terminado colocado à sua frente, ela me olhou ainda com raiva e ficou quieta.
_Continuo não te entendendo, pensei e a encarei de volta, Depois desencanei, que se dane você.
Caminhei na direção da geladeira e abri a porta.

_A noite foi boa hein!?
Comentou a ju me observando e rindo apoiada na pia.

_Mais que boa, foi perfeita!
Respondi, provocando a Hanna de proposito, ela então levantou-se, bruscamente, e saiu do cômodo.
a observei sair sem dar muita bola e a Ju justificou dizendo que era TPM.
Dei de ombros e voltei para o quarto batendo a porta sem querer, a Paula me olhou assustada com a barulheira repentina. Ainda com as pernas de fora, vestida apenas com uma camiseta minha , sentei-me ao seu lado e alcancei um cigarro na cômoda lateral.
Dividimos o cigarro e depois ficamos ali deitadas por horas.
Eu lhe fazia carinhos despreocupados, dando voltas a esmo pela superfície do seu corpo descoberto apenas com as pontas dos dedos.
Ela fumava um baseado e observava o teto. Os braços atrás da cabeça apoiada. Já eu, deitada de barriga para baixo, continuava passeando com uma das mãos pelos os seus contornos, magnificamente delineados. E ríamos, sem motivo. Cara aquela garota me deixava um tanto fora da realidade.Sabe aquele sentimento
De que não existe nada além do quarto?!

De repente alguém bateu na porta.
Ergui a cabeça num susto voltando a realidade. Levantei a muito contragosto e fui abrir a porta e encontrei a Ju do outro lado e já ligeiramente bêbada, simpática, com um cigarro na boca.

_Fala.
Eu disse, curta e grossa, roubando o cigarro sem pedir e dando uma tragada.

_Então... Eu preparei umas caipirinhas e pensei em jogar umas partidas de video game, então vim aqui ver se vocês estão a fim.