Algum tempo depois estavamos de volta ao sofá, paula se levantou minutos depois e foi até a cozinha em busca de cervejas e alguns petiscos.
Acendi um cigarro e fiquei ali contemplando a fumaça subir lenta. olhei o céu através da janela e sorri brevemente, o dia estava especialmente bonito apezar do frio que fazia.
Toda a minha ansiedade se foi de repente, dando lugar agora a um sentimento diferente, um sentimento estranho, não ruim, apenas diferente, totalmente novo para mim. Era como se eu me sentisse totalmente vaizia e ao mesmo tempo transbordando.
Tudo a minha volta parecia mais lento que o normal, quase em camera lenta e meus sentidos pareciam mais aguçados.
Senti uma brisa leve entrar pela janela e tocar a minha pele, fechei os olhos por um instante, era como se eu experimentasse aquela sensação pela primeira vez na vida.
Permaneci de olhos fechados eu podia ouvir o tiquetaquear do relógio da cozinha segundo após segundo mais espaçados que o normal.
Ouvi de repente alguem bater a porta, estranhei não terem interfonado.
_A ju deve ter esquecido a chave da porta.
Pensei me levantando em seguida, o ar no entanto voltou a ficar pesado, a lentidão a minha volta porem permanecia.
Caminhei até a porta, senti que levara mais tempo que o normal para chegar ate ela e coloquei ambas as mãos na maçaneta, hexitei por um instante cerrando os olhos e respirando fundo, algo me dizia que eu não deveria abrir.
Olhei para trás e vi a paula colocar em cima da mesinha de centro duas cervejas e um prato com algo que não pude identificar, sorri brevemente para ela e voltei a encarar a porta abrindo-a em seguida.
Vi os olhos da Hanna me encarando, vermelhos e cheios de raiva, em suas mãos segurava algo apontado para mim, algo que de imediato pude identificar.
_Agora acabou.
Ouvi ela dizer, em seguida então ouvi um grande barulho ecoar dentro da minha cabeça.
De inicio eu não entendia o que havia acontecido, num instante eu encarava os olhos da Hanna e no outro eu via apenas o teto branco da sala diante dos meus olhos ao mesmo tempo sentia uma dor incrível raspar meu peito, em seguida outro barulho alto, um zumbido se repetia insistente em meus ouvidos, minha boca estava seca e eu me sentia cada vez mais fraca e ansiosa.
Vi então os olhos da paula diante dos meus, eu estava tonta e confusa.
_Eu... eu te amo tanto!
Falei, eu nunca havia dito que eu a amava mas agora senti que precisava dizer, como se aquela fosse minha ultima chance.
_Eu tambem amo você Eloise.
Respondeu ela com lagrimas nos olhos e esta foi a ultima coisa que eu a ouvi dizer antes que tudo ficasse em total silêncio e a escuridão me engolisse enfim.